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Prêmios devem encarecer com nova Selic de 9,75%

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JurosSelic7marco975A redução mais agressiva da taxa básica dos juros - a Selic baixou para 9,75% ao ano a partir desta quarta-feira - acendeu a luz de alerta entre as seguradoras e deve obrigá-las a iniciar ou retomar a alta de prêmios. Esta deve ser a resposta para a perspectiva de forte redução dos ganhos financeiros oriundos das reservas técnicas das seguradoras, recursos reservados para saldar sinistros futuros. "Raríssimas serão as seguradoras que não farão reajustes de prêmios com a nova Selic", afirmou o presidente da Chubb do Brasil, Acácio Queiroz, acrescentando que a alta deve contemplar a maioria dos ramos de seguros.

O dirigente lembrou que a rentabilidade das aplicações financeiras teve uma queda média de mais de dois pontos percentuais na virada de 2011 para 2012, o que representou uma perda de 20%, ao cair da faixa de 12% para 10% já no começo do ano. "Como a grande maioria das seguradoras tem o resultado final positivo obtido pelos ganhos financeiros, no lugar do resultado técnico, na maioria das vezes negativo, a correção dos prêmios será fundamental para manter a lucratividade da carteira, considerando-se uma perda de mais de 20% entre um ano e outro", assinalou.

Uma honrosa exceção no ciclo de alta dos prêmios deverão ser os planos de saúde (só os corporativos, porque para o individual o reajuste é definido pela Agência Nacional de Saúde), já que trabalham com resultados operacionais positivos e, portanto, são menos dependentes da rentabilidade gerada pelas reservas técnicas, também mais voláteis em virtude da sinistralidade elevada.

 

Viés trocado

O economista Lauro Vieira de Faria, assessor da direção da ESNS - Escola Superior Nacional de Seguros, lembra que o processo de reajuste do mercado segurador não é recente. Em artigo a ser publicado na próxima edição de Cadernos de Seguros, ele avalia os indicadores das seguradoras em relação ao comportamento da taxa Selic de 2003 até 2011. E comprova que "a queda sustentada dos juros é acompanhada pela alta dos prêmios puros como forma de compensar o recuo dos ganhos financeiros". A maior indicação de que os prêmios e juros básicos têm o viés contrário é a índice de sinistralidade.

"Olhando os dados da Susep de 2003 para cá, observa- se que houve perda financeira acentuada e queda da sinistralidade. E esta redução da sinistralidade pode ter relação direta com o aumento dos prêmios ocorrido neste período", informa ele, assinalando que o recuo da sinistralidade foi mais acentuado nas seguradoras de pessoas do que de seguros gerais.

A correção dos prêmios, contudo, não deve prejudicar a trajetória de alta do mercado segurador, afirma Acacio Queiroz. Lembrando que o propósito da redução dos juros é produzir uma reação mais acentuada da economia, ele está de acordo que a recuperação terá impactos nos negócios das seguradoras, aumentando o faturamento.

 

Perspectivas

Ele lembrou que os prêmios de seguro automóvel iniciaram um ciclo de alta partir do seu último trimestre de 2011, em consequência da baixa da Selic logo após atingir o teto de 12,5% em julho e, a partir daí, recuar até fechar o ano em 11%.

"Os ajustes tarifários são necessários para compensar a perda do ganho financeiro e isso já foi notado na carteira de automóveis, que, depois de uma queda de preços no primeiro semestre, teve alta entre 8% e 16% a partir do último trimestre", destacou o segurador.

Neste ano, ele prevê um crescimento mais robusto da carteira de automóvel, boa parte produzida pelos prêmios maiores cobrados para compensar a Selic menor. A receita deve crescer 12%, após os 7% do ano imediatamente anterior. Outro destaque são os seguros de benefícios- vida, previdência e saúde-, favorecidos pela conjuntura econômica positiva, como a taxa de desemprego reduzida e ganho real dos salários. A sua previsão é de crescimento de dois dígitos nos ramos de pessoas.

Ele também aposta numa boa desenvoltura da capitalização e avalia positivamente a perspectiva para o ramo habitacional e dos seguros voltados para a infraestrutura.


 Fonte: Jornal do Commercio em 09/03/2012

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