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Terremoto chileno pode ser o mais caro no setor de seguros desde 1994

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Terremoto chileO terremoto de magnitude 8,8, que matou mais de 800 pessoas no Chile no sábado pode ser o mais caro para as seguradoras desde 1994, e o segundo mais caro na história do setor.

O terremoto, quinto mais forte no mundo em um século, arrasou edifícios, derrubou linhas de energia e danificou 1,5 milhão de casas, segundo as autoridades. As indenizações podem custar às seguradoras de US$ 2 bilhões e US$ 8 bilhões, segundo estimativas da AIR Worldwide e da Eqecat, especializadas em catástrofes.

Se o terremoto gerar pedidos de indenização da ordem de US$ 8 bilhões - limite superior da estimativa da Eqecat -, o evento ficará apenas atrás o sismo ocorrido em Northridge, Califórnia, em 1994, que custou US$ 22 bilhões às seguradoras, segundo dados ajustados pela inflação compilados pela Munich Re e o Insurance Information Institute. Um terremoto em Tóquio, em 1923, que custou ao setor US$ 7,4 bilhões (em valores ajustados) cairia para o terceiro lugar.

"Existe cobertura de seguros para terremoto no Chile em nível comparável com os EUA e outros países ricos", disse Kate Stillwell, gerente de produto da californiana Eqecat. "Os chilenos sabem que os tremores são um risco."

Os prêmios de seguros somaram 4,1% do PIB chileno em 2008, percentual igual ao registrado na Noruega e superior à média de 2,5% do PIB em países da América Latina e Caribe, segundo dados para 2008 fornecidos pela Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo.

Cerca de 60% dos imóveis comerciais na área do desastre estavam segurados contra terremotos, em comparação com menos de 50% dos imóveis comerciais na Califórnia, disse Jayanta Guin, vice-presidente da AIR.

"Eu não diria que no Chile há muito seguro contra terremotos", disse Guin. "Eu diria que na Califórnia não há o suficiente."

O total de prejuízos causados pelo terremoto, inclusive custos não cobertos por seguro, poderá ser superior a US$ 15 bilhões, disse a AIR em comunicado. A empresa de Boston estima que os prejuízos cobertos por seguro serão superiores a US$ 2 bilhões, mas não fornece um limite superior. A Eqecat disse que os prejuízos econômicos poderão totalizar de US$ 15 bilhões a US$ 30 bilhões.

Catherine Bragg, secretária-geral-assistente da ONU e assessora de coordenação da ajuda emergencial, disse que o governo do Chile está "no assento do motorista", no esforço de recuperação pós-terremoto. "O país é o mais bem preparado, na América Latina, para o enfrentamento de desastres."

Treze terremotos de magnitude 7 ou superior atingiram o Chile desde 1973, segundo o website do Serviço Sismológico da Universidade do Chile.

O terremoto de 2008 na província chinesa de Sichuan matou mais de 80 mil pessoas e causou cerca de US$ 85 bilhões em prejuízos, dos quais US$ 300 milhões cobertos por seguro, segundo a Munich Re, a maior resseguradora do mundo. A empresa estimou que o terremoto de janeiro no Haiti, que matou mais de 230 mil, gerou prejuízos de até US$ 14 bilhões.

O RSA Insurance Group, maior seguradora de imóveis no Chile, disse em comunicado que os pedidos de indenização relacionados ao terremoto serão de aproximadamente US$ 44,9 milhões depois que receberem fundos provenientes de sua cobertura de resseguro. O principal executivo financeiro da Liberty Mutual, Langwell Dennis, disse que os prejuízos da empresa "não serão significativos".

"Temos um montante bastante grande de resseguros centrado apenas nesse tipo de eventos", disse Langwell. A Liberty Mutual tem cerca de 10% do mercado de seguros de imóveis no país, disse ele.

O American International Group (AIG) vende cobertura de seguros no Chile através de sua subsidiárias Chartis e Alico, disse seu porta-voz, Mark Herr. Ele ainda não deu estimativas de prejuízos.

O terremoto não deve prejudicar as pontuações de crédito das seguradoras que vendem cobertura de seguros no Chile, afirmou a Fitch Ratings em comunicado.

"A vasta maioria dos prejuízos segurados serão cobertos por empresas de resseguros situadas fora do Chile", disse a empresa classificadora de crédito. "A Fitch observa que, historicamente, as resseguradoras têm honrado suas obrigações em tempo hábil."

O furacão Katrina, o mais caro na história dos EUA, gerou mais de US$ 70 bilhões em danos segurados, inclusive indenizações pagas pelo programa do governo americano de seguro contra enchentes, segundo dados da Swiss Re.


 Fonte: Sapna Maheshwari/Valor Econômico em 04/03/2010

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