Começar o ano com boa notícia é sempre alvissareiro

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fraude dpvatComeçar o ano com boa notícia é sempre alvissareiro, mas você pode dizer: “Essa notícia é do ano passado”, mas eu diria, sim é do ano passado, mas o mais importante não é a notícia em si, mas as razões que geraram essa notícia e que se todos compreenderem e participarem, verão ela se multiplicar em outras modalidades de seguro.

Sim, isso é possível!

Vamos entender!  Os diversos meios de comunicação informaram que o seguro DPVAT, aquele conhecido como seguro obrigatório de automóvel, mas que tem várias vertentes além do automóvel (veículo de passeio), é obrigatório também para motos, taxis, caminhões, ônibus,  resumindo;  obrigatório para todos os veículos automotores existentes.

Primeiro o que quer dizer a sigla DPVAT?

DPVAT é Seguro de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de vias Terrestres, por tanto, como já citado acima, todos os veículos automotores são obrigados a ter e seus proprietários a pagar por esse seguro, ou não podem circular pelas ruas e estradas brasileiras...

Muito bem, houve uma redução no valor do seguro, e aí vem a boa notícia do ano, o porquê dessa redução.

Nas reportagens abordadas pelos diversos meios de comunicação, a SUSEP limitou-se a esclarecer que houveram redução nas indenizações, ou seja: “Teoricamente menos acidentes” o que podemos ver não ser a realidade, uma vez que as estatísticas demonstram em alguns casos reduções, mas não significativas a ponto de uma redução de custo de 37%, então o que motivou essa redução significativa?

Muito bem, isso é o que a SUSEP e os órgãos de imprensa deveriam ter se preocupado em dizer, para que a sociedade, possa melhor compreender a instituição seguro.

O que houve foi uma redução extraordinária nas fraudes e isso é fruto da Operação Tempo de Despertar, deflagrada em 2015 em Montes Claros/MG.

A Polícia Federal, Ministério Público de Minas Gerais e o Tribunal de Contas da União, além de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que foi encerrada em setembro/2016, acusaram a gestão desse seguro de inflar preços, em decorrências de aumento artificial de despesas e de fraudes, além de superestimar a constituição de reservas técnicas.

Ao momento que tudo se esclarece e que se opera dentro da realidade, eliminando grande parte da fraude, é possível reduzir os custos desse seguro que é administrado por um Consórcio composto de diversas seguradoras (Clique aqui e veja a relação

Por que, eu disse ao início que a parte boa da notícia, ainda não havia sido dada? Simples! Nos seguros que fazemos no nosso dia-a-dia, como automóvel, residência, empresarial, saúde dentre tantos outros, percebemos que em alguns casos como o seguro de automóvel possui preços proibitivos, e por isso entendo que o mercado de seguros, na notícia, representado pela SUSEP, comete falha grave ao não deixar muito clara as razões dessa redução, pois ofereceria a oportunidade da sociedade se conscientizar e saber como fazer para que suas apólices de seguro pudessem também cair seus preços.

O seguro de maneira geral e genérica, opera com cálculos de probabilidade de ocorrer o sinistro, portanto, quando você vê uma pessoa utilizar o seu seguro indevidamente, tipo “JEITINHO BRASILEIRO” isso é fraude e na carteira de automóvel, isso gira em aproximadamente 13,6%, (Estudo da Fenaseg em 2006, com base em 2015) que se a Seguradora, não conseguir comprovar, não pode negar o sinistro, ou seja, tem que pagar; pagando, aumenta o que é chamado de sinistralidade, que são os valores recebidos (Prêmios) sobre as indenizações, quanto maior esse percentual, “maior a taxa a ser cobrada no seguro”, ou seja, chegamos a uma conclusão rápida embora imprecisa, que teoricamente os seguros de automóveis, poderiam até custar 13,6% a menos do que custam.

Só para que se tenha ideia do que significa as fraudes, com base no estudo mencionado acima o valor estimado seria da ordem de R$  1,45 Bilhões excluindo-se os setores de saúde e previdência. Embora o estudo seja abrangente, é considerado extremamente conservador, visto nem todas as seguradoras possuírem estatísticas mais completas, outras fontes chegam a apontar fraudes na casa dos 25% a 30% dos sinistros pagos, ou seja valores da ordem entre 4 e 5 bilhões de reais.

O mesmo ocorre com os seguros saúde, possuem um índice de fraude consideravelmente grande, envolvendo maus segurados, maus médicos, hospitais e outras áreas na área da saúde, portanto, no seguro saúde a consulta desnecessária, o exame não necessário, a operação não necessária, fazem parte do preço final do seu seguro saúde, e não adianta a Dona ANS – Agência Nacional de Saúde, vir com posturas populistas, obrigando a atender assim e assado, retirando planos do mercado, pois no fundo eles não saem, apenas mudam de nome, mas a conta termina sendo a mesma, e quanto mais apertam para custar menos, mais a péssima qualidade de atendimento se estende, qual a solução? Pôr na cadeia os fraudadores, com as experiências da Lava-Jato e mesmo da Operação Tempo de Despertar, poderíamos ter seguro saúde a preços mais acessíveis, talvez o problema não esteja só nas operadoras, como tentam nos convencer (má gestão, ganância, dentre outros), mas na estrutura de maneira geral, as operadoras tem sua parcela de culpa e culpa grave, pois assim como a ODEBRECHT, participam da festa e não denunciam, quem sabe ainda veremos algumas delas escrevendo carta de arrependimento e se postando como verdadeiros empresários éticos e sem medo de denunciar as falcatruas.

Enfim, estamos caminhando e chegando lá, meu pai dizia que esperança é a última que morre, e assim vou seguindo e acreditando, que estamos passando o Brasil a limpo, e que se o consumidor de maneira geral, parar de colocar a culpa nos outros e se manifestar no sentido de que não concorda com atitudes ilícitas, mesmo que estas o beneficiem, estaremos seguindo a passos largos em direção de um novo horizonte, que espero esteja iniciando nesse 01/01/2017.

A todos um ano venturoso, onde a justiça se faça presente, e a transparência permanente, que aqueles que se beneficiam de forma ilícita, possam estar em um espaço de 3 x 3 com tempo suficiente para refletir o que fizeram e observar que a sociedade, poderá ter progredido muito mais ao longo de suas ausências, do que com a presença deles, fora do seu quadrado.


 Cleber de Oliveira Santos - CEO TAYSAM Seguros